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Alessandra Guilhermino

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

E.E.E. FM FRANCISCO NASCIMENTO (7º SÉRIE)

A INDEPENDÊNCIA DO BRASIL

Os esforços do marquês de Pombal em industrializar a metrópole tiveram resultados no reino. O Brasil era o principal fornecedor de matérias-primas e, ao mesmo tempo, consumidor dos artigos produzidos e manufaturados em Portugal. O aumento e a diversificação das atividades agrícolas na colônia foram fundamentais para o desenvolvimento manufatureiro lusitano. O aumento do consumo na América portuguesa estava diretamente ligado ao crescimento populacional e urbano na região das Minas gerais.

A REVOLUÇÃO DO PORTO DE 1820

Nesse contexto de crise econômica e política eclodiu a Revolução Liberal de 1820. O movimento começou na cidade do Porto e depois se espalhou pelas cidades mais importantes de Portugal. Os rebeldes exigiam a volta de D. João VI e uma Constituição liberal para o país. No comando da situação, os revolucionários convocaram eleições para formar as cortes, o parlamento português. Lideradas por uma maioria de deputados portugueses, as cortes aprovaram uma série de medidas que demonstravam a intenção de recolonizar o Brasil:

• Restrição da liberdade administrativa e comercial do Brasil.

• Restabelecimento dos monopólios e privilégios portugueses.

• Retorno imediato de D. João VI para Portugal.

As decisões das cortes agravaram as tensões entre Brasil e Portugal. As elites brasileiras tinham obtido muitas vantagens depois de 1808 e não admitiriam a volta do exclusivo metropolitano.



D. PEDRO E AS ELITES

As pressões das cortes forçaram D. João a voltar para Portugal. Mas, para garantir a permanência da família no governo brasileiro, ele deixou seu filho, o príncipe D. Pedro, como regente do Brasil.

A maior parte da elite brasileira, formada principalmente de grandes proprietários de terra, apoiava a idéia de uma monarquia dual, ou seja, D. João governaria Portugal e D. Pedro continuaria governando o Brasil. O mais importante era garantir as liberdades conquistadas a partir de 1808.

Manter a monarquia portuguesa no poder era também uma forma de evitar uma mobilização social pela independência. Havia entre as elites um temor muito grande de uma rebelião escrava, como tinha ocorrido no Haiti.

No entanto, as pressões das cortes para recolonizar o Brasil levaram a elite brasileira a admitir a idéia da independência. O príncipe regente poderia liderar esse processo sem a necessidade de mobilizar as camadas populares.

As cortes percebendo o objetivo dos brasileiros exigiram o retorno de D. Pedro a Portugal. Contrariando as ordens diretas das cortes, no dia 09 de janeiro de 1822 D. Pedro decidiu permanecer no Brasil. A decisão marcou o Dia do Fico.



A PROCLAMAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA

AS relações entre as cortes e o Brasil agravavam-se a cada dia. Numa viagem a São Paulo, D. Pedro recebeu notícias de que as cortes haviam reduzido o poder do príncipe regente. Na carta, o ministro do Conselho de Estado, José Bonifácio, insistia em que D. Pedro rompesse com Portugal. No dia 7 de setembro de 1822, D. Pedro rompeu com as cortes e proclamou a independência do Brasil.

A independência do Brasil resultou de uma aliança política entre o príncipe D. Pedro e a aristocracia rural brasileira. As elites se aproximaram de D. Pedro para evitar a participação popular na luta pela independência e garantir seus privilégios. Por isso, o Brasil que nasceu da independência era um país monárquico e escravista.







E.E.E. FM FRANCISCO NASCIMENTO (8ª Série)

FATORES DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL


A competição entre as nações em busca de mercados e capitais foi um dos fatores responsáveis pelo fim da paz e da estabilidade da Belle Époque. Entre os fatores da guerra, destacamos os conflitos imperialistas, a política de alianças e a corrida armamentista.

• Conflitos imperialistas: A Grã-Bretanha foi perdendo a supremacia econômica mundial para o rápido crescimento industrial da Alemanha, o que originou uma intensa rivalidade anglo-germânica. A França, por sua vez, nutria um sentimento de revanche por ter perdido as riscas regiões da Alsácia e da Lorena para a Alemanha, na Guerra Franco – Prussiana de 1870. As disputas entre os três países por colônias na África também geraram fortes tensões.

• Políticas de alianças: Por meio de acordos econômicos, políticos e militares, dois blocos opostos foram criados: a Tríplice Aliança, formada por Alemanha, Áustria-Hungria e Itália, também conhecidas como Impérios Centrais; e a Tríplice Entente, por Rússia, França e Grã-Bretanha. Esse sistema de blocos tornou-se uma bomba relógio quando as tensões entre os países tornaram-se incontornáveis.

• Corrida armamentista: Os anos anteriores à eclosão da guerra em 1914 receberam o nome de Paz Armada porque a indústria bélica aumentou consideravelmente os seus recursos, produzindo novas tecnologias para a guerra. Além disso, quase todas as nações européias adotaram o serviço militar obrigatório, incentivando assim o sentimento nacionalista e militarista.

O traço mais importante da guerra foi a sua universalidade, pois ela envolveu países de todos os continentes, que se enfrentaram por objetivos também globais.

Outra característica dessa guerra foi o seu alto poder de destruição, resultado das novas armas tecnológicas, como o avião, o submarino e o canhão de longo alcance. Com esses inventos, a guerra não matava apenas os soldados, mas a população civil, vítima dos bombardeios aéreos ou submarinos. Milhares de civis morreram também de fome, porque uma das táticas utilizadas pelo inimigo era bloquear os suprimentos que garantiam a sobrevivência da população.



A FAÍSCA NO BARRIL DE PÓLVORA

O motivo imediato que levou à Primeira Guerra Mundial foi ás crises nacionais na Península Balcânica. A região era um foco de tensões por que envolvia interesses de três impérios: o Turco-Otomano, o Russo e o Austro Húngaro.

[...] A Áustria, desrespeitando a soberania Sérvia, exigiu que a apuração do atentado fosse feita por agentes austríacos. Em seguida, a Alemanha, líder da Tríplice Aliança, desencadeou um conflito com a Tríplice Entente ao oferecer apoio total à Áustria.

O estopim deste conflito foi o assassinato de Francisco Ferdinando, príncipe do império austro-húngaro, durante sua visita a Saravejo (Bósnia-Herzegovina). As investigações levaram ao criminoso, um jovem integrante de um grupo Sérvio chamado mão-negra, contrário a influência da Áustria-Hungria na região dos Bálcãs. O império austro-húngaro não aceitou as medidas tomadas pela Sérvia com relação ao crime e, no dia 28 de julho de 1914, declarou guerra a Servia.

Os países europeus começaram a fazer alianças políticas e militares desde o final do século XIX. Durante o conflito mundial estas alianças permaneceram. De um lado havia a Tríplice Aliança formada em 1882 por Itália, Império Austro-Húngaro e Alemanha (a Itália passou para a outra aliança em 1915). Do outro lado a Tríplice Entente, formada em 1907, com a participação de França, Rússia e Reino Unido. O Brasil também participou, enviando para os campos de batalha enfermeiros e medicamentos para ajudar os países da Tríplice Entente.
DESENVOLVIMENTO
As batalhas desenvolveram-se principalmente em trincheiras. Os soldados ficavam, muitas vezes, centenas de dias entrincheirados, lutando pela conquista de pequenos pedaços de território. A fome e as doenças também eram os inimigos destes guerreiros. Nos combates também houve a utilização de novas tecnologias bélicas como, por exemplo, tanques de guerra e aviões. Enquanto os homens lutavam nas trincheiras, as mulheres trabalhavam nas indústrias bélicas como empregadas.

A PARTILHA DA ÁFRICA E DA ÁSIA


O desenvolvimento do capitalismo, ocorrido na Europa na segunda metade do século XIX, criou a necessidade de buscar novos mercados de investi-mentos para o capital excedente gerado na Europa, garantindo o escoamento da gigantesca produção industrial e o forne-cimento de matéria-prima.

Existiam, ainda, outros fatores que tornavam a política colonialista atraente para os governos europeus: a possibili-dade de transferir colonos para as regiões conquistadas, resolvendo o problema de superpopulação na Europa. Além disso, a mão-de-obra barata das colônias interessava aos investidores, pois a classe trabalhadora européia, organizada em poderosos sindicatos e partidos políticos, tinha conseguido garantir bons salários e melhores condições de trabalho.

A propaganda em favor do imperialismo, vital para o desenvolvimento do capitalismo, baseava-se em teorias pseu-docientíficas. Essas teorias, em geral, estabeleciam uma hierarquia entre os diferentes povos, classificados como “mais” ou “menos” civilizados. O primeiro lugar, naturalmente, cabia à socie-dade européia, modelo para o resto do mundo. Assim, a dominação de outros povos seria uma contribuição para o progresso da humanidade.


A PARTILHA
A França foi um dos primeiros países a conquistar colônias na África. Em 1830, a Argélia foi ocupada com o auxilio da legião estrangeira, corpo expedicionário criado pelo governo francês e composto por criminosos, desertares, imigrados políticos e aventureiros. Em 1844, o Marrocos foi parcialmente subme-tido ao controle francês e, em 1854, foi a vez do Senegal. Partin-do desses pontos, a França avan-çou para o interior do continente, conquistando a Guiné, o Gabão, uma parte dos territórios do Congo e do Sudão. Em 1910, esses territórios formavam a África Ocidental Francesa.

Na mesma época, Madagascar e a Tunísia foram incorporados ao império colonial francês, apesar da disputa com a Itália pela Tunísia.

O projeto colonial inglês, definido na expressão “do Cairo ao Cabo”, era unificar numa única colônia todos os territórios compreendidos entre a colônia do Cabo (Sul da África) e o Egito (Norte da África).

A construção do canal de Suez impulsionou a Inglaterra em dire-ção ao Egito, apesar da presença francesa na região.

A colonização inglesa no Sul do continente africano foi iniciada por Cecil Rodhes, que explorava as reservas de ouro e diamantes encontradas nessa região. Em 1888, a companhia dirigida por Cecil Rodhes iniciou a conquista da Rodésia.

Entre 1888 e 1891, o Quênia, a Somália e Uganda foram incorporados ao império britânico. Em 1899, os ingleses tornaram o Sudão da França e o Transvaal dos bôeres, população de origem holandesa que lá estava desde o século XVIII.

Mas as pretensões coloniais ingle-sas esbarraram em um empecilho – a Alemanha, que reclamava para si o território de Zanzibar. Além dessa colônia, a Alemanha havia conquistado, entre 1884 e 1885, os territórios de Camarões, Togo e Namíbia (Sudoeste africano).

Não podemos esquecer Portugal, que havia muito tempo tinha colo-nizado a costa de Angola e Moçambique, Guiné-Bissau e as ilhas de Cabo Verde.

A região central do continente africano era disputada por vários países europeus. Para decidir a questão, foi organizado um con-gresso internacional em Berlim. Foi a denominada Conferência de Berlim (1884-1885).

O congresso reconheceu a soberania belga sobre o Congo, garantindo liberdade de comércio para todos os países presentes no congresso. A ocupação desse território foi uma das mais sangrentas da história do colonia-lismo europeu. A população local foi escravizada, milhares de pessoas morreram de fome, pelos trabalhos forçados, pelas doenças trazidas pelos brancos e pelos massacres coletivos promovidos contra as aldeias que se rebelavam.


O RESULTADO DA COLONIZAÇÃO


No final do século XIX, praticamente todo o mundo estava dividido e dominado pelas potências imperialistas da Europa Ocidental. Em geral, os povos conquistados eram sociedades praticamente auto-suficientes, com uma produção capaz de suprir suas necessidades.

A penetração do capitalismo nessas regiões quebrou esse equilíbrio. As colônias tinham, para os conquistadores, funções econômicas específicas: suprir a metrópole das matérias-primas necessárias e absorver grande parte do capital excedente da metrópole. Para atender à primeira função, os nativos tiveram que sacrificar suas plantações de subsistência e passar a trabalhar nas plantações de produtos que interessavam à metrópole como matéria-prima. Em segundo lugar, toda a economia dos países colonizados foi reestruturada em função das novas necessidades criadas pelos investimentos nas atividades de exportação: ferrovias foram construídas, ligando o interior a portos, sem respeitar as necessidades de integração regional de cada continente.

Mas não foi só na Ásia e na África que o neocolonialismo aconteceu. As potências imperialistas disputavam também o mercado que os países independentes da América Latina ofereciam.





segunda-feira, 27 de fevereiro de 2012

E.E.E. FM Francisco Nascimento (7ª séries)


Brasil - A vinda da Família Real para o Brasil

No início do século XIX, a Europa estava agitada pelas guerras. Inglaterra e França disputavam a liderança no continente europeu. Em 1806, Napoleão Bonaparte, imperador da França, decretou o Bloqueio Continental, proibindo que qualquer país aliado ou ocupado pelas forças francesas comercializasse com a Inglaterra. O objetivo do bloqueio era arruinar a economia inglesa. Quem não obedecesse, seria invadido pelo exército francês.

De um lado, Napoleão. O imperador dos franceses estendia seus domínios em uma guerra pelo continente europeu. Derrubou monarquias e conquistou regiões onde hoje ficam a Bélgica, a Holanda, a Alemanha, a Itália e a Espanha.
Do outro lado, a Inglaterra, parceira comercial e militar de Portugal havia 500 anos. A Revolução Industrial ganhava um ritmo intenso nas fábricas inglesas, com mais empregos e máquinas que precisavam de muitas matérias-primas, entre elas, o algodão brasileiro. Para prejudicar este crescimento, Napoleão decretou, em novembro de 1806, o bloqueio continental. Os reinos da Europa deveriam fechar seus portos para navios britânicos.
A opção pela neutralidade não evitou o dilema que exigia uma solução rápida. No Palácio de Mafra, Dom João ouvia os conselheiros que desejavam uma aliança com a França, mas ele também recebia ministros que defendiam os interesses da tradicional amizade com a Inglaterra. No trono, Dom João hesitava, não dava uma resposta definitiva.

A chegada

Às cinco horas da tarde do dia 24 a comitiva real desembarcou na Bahia, com imensa pompa e solenidade.  Em 7 de março de 1808 chegam ao Rio de Janeiro.
A corte portuguesa partiu às pressas de Lisboa sob as vaias do povo, em 29 de novembro de 1807. Na comitiva vinha D. João, sua mãe D. Maria I, a princesa Carlota Joaquina; as crianças D. Miguel, D. Maria Teresa, D. Maria Isabel, D. Maria Assunção, D. Ana de Jesus Maria e D. Pedro, o futuro imperador do Brasil e mais cerca de 15 mil pessoas entre nobres, militares, religiosos e funcionários da Coroa. Trazendo tudo o que era possível carregar; móveis, objetos de arte, jóias, louças, livros, arquivos e todo o tesouro real imperial.
Após 54 dias de viagem a esquadra portuguesa chegou ao porto de Salvador na Bahia, em 22 de janeiro de 1808. Lá foram recebidos com festas, onde permaneceram por mais de um mês.
Seis dias após a chegada D. João cumpriu o seu acordo com os ingleses, abrindo os portos brasileiros às nações amigas, isto é, a Inglaterra. Eliminando em parte o monopólio comercial português, que obrigava o Brasil a fazer comércio apenas com Portugal.
 Mas o destino da Coroa portuguesa, era a capital da colônia, o Rio de Janeiro, onde D. João e sua comitiva desembarcaram em 8 de março de 1808 e onde foi instalada a sede do governo.

Mudanças


A transferência da corte portuguesa para o Rio de Janeiro provocou uma grande transformação na cidade.  D. João teve que organizar a estrutura administrativa do governo. Nomeou ministros de Estado, colocou em funcionamento diversas secretarias públicas, instalou tribunais de justiça e criou o Banco do Brasil (1808).

Com a Abertura dos Portos (1808) e os Tratados de Comércio e Navegação e de Aliança e Amizade (1810) estabelecendo tarifas preferenciais aos produtos ingleses, o comércio cresceu. O porto do Rio de Janeiro aumentou seu movimento que passou de 500 para 1200 embarcações anuais.

Em abril de 1808, foi criado o Arquivo Central, que reunia mapas e cartas geográficas do Brasil e projetos de obras públicas. Em maio, D. João criou a Imprensa Régia e, em setembro, surgiu a Gazeta do Rio de Janeiro. Logo vieram livros didáticos, técnicos e de poesia. Em janeiro de 1810, foi aberta a Biblioteca Real, com 60 mil volumes trazidos de Lisboa.
Com a vitória das nações européias contra Napoleão em 1815, ficou decidido que os reis de países invadidos, pela França deveriam voltar a ocupar seus tronos.

D. João e sua corte não queriam retornar ao empobrecido Portugal. Então o Brasil foi elevado à categoria de Reino Unido de Portugal e Algarves (uma região ao sul de Portugal). O Brasil deixava de ser Colônia de Portugal, adquiria autonomia administrativa.

 Em 1820, houve em Portugal a Revolução Liberal do Porto, terminando com o Absolutismo e iniciando a Monarquia Constitucional. D. João deixava de ser monarca absoluto e passava a seguir a Constituição do Reino. Dessa forma, a Assembléia Portuguesa exigia o retorno do monarca. O novo governo português desejava recolonizar o Brasil, retirando sua autonomia econômica.
Em 26 de abril de 1821, D. João VI cedendo às pressões, volta a Portugal, deixando seu filho D.Pedro como príncipe regente do Brasil. 28/01/08


Bloqueio Continental: Na busca de outras maneiras para derrotar ou enfraquecer os ingleses o Império Francês decretou o Bloqueio Continental em 1806, onde Napoleão determinava que todos países europeus deveriam fechar seus portos para o comércio com a Inglaterra, enfraquecendo as exportações do país e causando uma crise industrial.

Pacto colonial: O Pacto colonial era um conjunto de obrigações que a colônia tinha. Exemplo: A colônia só podia comprar e vender da metrópole.
Com isso a metrópole impede o desenvolvimento da colônia.





Fontes bibliográficas

1http://www.passeiweb.com/saiba_mais/fatos_historicos/brasil_america/vinda_da_familia_real
2. http://www.historiamais.com/familia_real.htm

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

ARTIGO

IMAGINÁRIO EUROPEU

Alessandra Guilhermino

RESUMO

O imaginário europeu, trabalha o conceito de apropriação e representação de  Roger Chartier.

PALAVRAS -CHAVE: Representação, apropriação e imaginário


O pioneirismo português trouxe a produção romântica literária, recheados de um imaginário lido nas páginas de um diário de um poeta, escritor, dramaturgo, mercador e explorador de novas terras, Marcos Polo. A Ilha de Santa Cruz, região rica em flora e fauna, recebe "visitante" que trazem consigo um olhar sobre o "outro". 

É importante salientar, que o principal anseio português foi à conquista de riqueza pelo ouro e a expansão da fé católica, afinal os cofres públicos da nobreza real lusitana, já não estavam mais tão abastecidos como outrora. Firmes nesse propósito analisaram o território americano, nome dado em homenagem a Américo Vespúcio, desbravador do território continental - América. O olhar de Portugal sobre os primeiros povos aqui encontrados foi de espanto e vergonha. Acostumados a ouvir e ler páginas escritas por curiosos viajantes que acompanhavam as naus em busca de novos territórios, em que seres possuíam verdadeiras anomalias em seus corpos, cujos membros do seu corpo encontravam-se fora de ordem. Ex: olhos e bocas não estavam centralizados como se acostumara ver em si. Ao perceberem que as pessoas possuíam características corporais iguais, tendo diferença na cor e cultura, o impacto se resume as práticas, hábitos e fé. Diziam, falta-lhes liderança, fé e lei. 

Contudo, o ano de 1500, não passou de análise e exame laboratorial, os lusitanos aqui deixaram degradados, ou seja, condenados pela justiça lusa, para que os mesmo pudessem aprender a língua aborígena, conhecer seus hábitos, suas práticas, sua cultura bestial.

Por volta de 1530, aqui retornam, dá-se início a exploração colonial, a Terra de Santa Cruz, adquire um novo codinome, Brasil, nome adquirido, devido à extração rentável da madeira Paul-brasil. Assim, o ameríndio inicia um processo de apropriação do meio, cultura eurocêntrica. Ela adentra sua região devastando sua vivência tranqüila e pacata, a desaculturação apontada pelos lusos, será verdadeira no momento que suas práticas mercantilistas tomarem o espaço até então comunitário. Entretanto, a idéia principal desse texto é mostrar a representação lusitana frente ao índio no século XVI.

Os indígenas foram vistos pelos portugueses, como seres bestiais, desaculturados, sem lei, sem fé. Imagem criada, pelo escrito e pela apropriação do que os olhos viam, comparando-as com sua cultura ocidental,  a Europa, berço da civilização. As atividades sexuais exposta com naturalidade, sem culpa, os corpos nus e desprovidos de vergonha, deixou os portugueses maravilhados e apreensivos pela necessidade de abrir os olhos indígenas sobre o pecado que os acometia. O ato beber e fumar compulsivamente, a não necessidade de acumular riquezas, a divisão do trabalho entre homens e mulheres demonstram sua organização social, fato negado pelos lusitanos.

O ameríndio é visto pelos lusitanos como seres humanos possuídos e movimentados pelos demônios advindos da Europa, não tendo para onde ir, o diabo se instala na América. Portanto, o comportamento desaculturado, imoral, desprovido de respeito e vergonha, é justificado por essa ação sobrenatural inerente ao seu querer. Assim, a única forma de contribuir para que os aborígenas tivessem outra oportunidade de se regenerar, era a catequização. Esta permitiria a salvação dessas almas possessas e perdidas até então.

Essa visão eurocêntrica trouxe males às aldeias litorâneas, perseguidas e excitadas a guerrear entre si, ocorreu um verdadeiro genocídio indígena. Os lusitanos enfraqueceram o grupo americano Aos que restaram perdurou por algum tempo a escravização. Labor árduo, frenético, porém, a libertação não estava a se concluir. Os aborígenas teriam longos séculos no trajeto da conquista do que sempre foi seu.







IDADE MÉDIA




O termo Idade Média, indica algo que está entre duas coisas, no meio. Esse período histórico está entre a Antiguidade e a Idade Moderna. 

A Idade Média se refere não apenas a um período, mas a um lugar: a Europa Ocidental. Foi ali que se desenvolveu uma visão de mundo, um modo de agir e de se organizar, isto é, uma cultura que denominamos "medieval".

Durante o período que se convencionou chamar de medieval, foi característica na Europa ocidental uma forma de organização econômica, política e cultural denominada Feudalismo. A base desse sistema eram os feudos, unidades agrárias parcialmente isoladas umas das outras, Não havia um poder político que as subordinasse, e o comércio entre muitas delas era quase inexistente.


CLAÚDIO, Vicentino. Projeto Radix - SP: Scipione, 2009. - (Coleção Projeto Radix)

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

A REPRESENTAÇÃO DO ÍNDIO EM GANDAVO NO SÉCULO XVI

1.1) INTRODUÇÃO

A terra encontrada pelos europeus denominada de Novo Mundo representou um novo passo para a sua economia, para a expansão da fé católica. O nome Brasil que veio a ser dado às terras descobertas por Pedro Álvares Cabral, em abril de 1500, possui uma historia particular, misturando as lendas mais extraordinárias com os interesses materiais mais concretos e imediatistas. Cabral deu à terra o nome de Ilha de vera Cruz, após a primeira missa rezada em Porto seguro, mas convencido por seus capitães acerca da provável continentalidade das terras descobertas, mudou seu nome para Terra de Santa Cruz. mas também esse nome sagrado não prosperou na denominação da terra.

Escrevendo em 1627, frei Vicente do Salvador ousou estabelecer uma relação entre triunfo do nome Brasil, a exploração da madeira tintória e os ardis do demônio no Novo Mundo. Explicou que, como o diabo perdera o controle sobre os homens após o advento do cristianismo, mudara-se para o mundo desconhecido, ora descoberto, e "receando perder também o muito que tinha em os homens desta terra", trabalhou para que se esquecesse o nome de Terra de Santa Cruz e "que lhe ficasse o de Brasil, por causa de um pau assim chamado de cor abrasada e vermelha com que tingem panos".

[...] Para frei Vicente, o demônio levou a melhor: Brasil foi o nome que vingou, e o frade lamenta que se tenha esquecido a outra designação, muito mais virtuosa e conforme aos propósitos salvacionista da brava gente lusa [...]. (MELLO E SOUZA, 1989, p.29)

Os indígenas exibiam costumes, hábitos e modos de vida diferentes dos portugueses. Eram, ao olhar do colonizador, povos primitivos, distantes de uma vida social completa, essa diferença provocou um sentimento de rejeição. Por outro lado, a "inoscência" e a "falta de maldade" despertou nos europeu a idéia de Paraíso e pureza original, fazendo assim uma espécie de analogia a Adão e Eva seres puros antes da consumação do pecado.

[...] "Idealizando a condição primeira do mundo, o primitivismo doce se harmonizaria com uma concepção religiosa da vida - época em que Eva fiava e Adão tecia. Por sua vez, o primitivismo duro se associaria ao materialismo". (MELLO E SOUZA, 1989, p.44)


O objetivo desse trabalho é tentar compreender alguns aspectos da visão lusitana em relação ao índio brasileiro, pois em vários documentos fica-nos claro à visão de que o ameríndio era apenas uns seres bestiais, preguiçosos e desaculturados.

[...] 'Vivem sem ter conta, nem peso, nem medida [...].' (MELLO E SOUZA, 1989,  p.56)


O Novo Mundo, em específico a América portuguesa foi vista pelos europeus coo uma terra demoníaca e repleta de fantasias. Essa visão transparece nos relatos de viajantes e baseava-se no imaginário quinhentista e seiscentista fomentado em explicações de cunho religioso. Laura de Mello e Souza deixa-nos claro a visão  demoníaca em relação ao índio:

Mas a grande vedete da demonologia americana é o diabo: é ele que torna a natureza selvagem e indomável, é ele que confere os tributos da estranheza e da indecifrabilidade aos hábitos cotidianos dos ameríndios, é ele sobretudo que faz das práticas religiosas dos autóctones, idolatrias terríveis e ameaçadoras, legitimando assim a extirpação pela força. Com a cristianização mais homogênea do Velho Continente, como ficou dito acima, o diabo se mudará para o Novo. (MELLO E SOUZA, 1986, p.29)



Na verdade a terra do Brasil era vista pelos lusitanos como "paraíso" e ao mesmo tempo "inferno". na visão portuguesa no século XVI, ainda mergulhada na cultura medieval muitos dos adjetivos lançados sobre o índio brasileiro eram fantasiosos, pois o homem lusitano só procurava identificar as imagens do que se ouvia dizer em Portugal sobre descobertas em terras distantes.

[...] procurando associar o que via ás narrativas de viagens de Monticorvino, Pian Del e tantos outros exploradores medievais que do século XIII até fins do século XIV, percorreram a Ásia e a região do Índico beneficiando-se da "Pax Mongólica". Todo um universo imaginário acoplava-se ao novo fato, sendo simultaneamente, fecundado por ele: os olhos europeus procuravam a confirmação do que já sabiam, relutantes ante o conhecimento do outro. (MELLO E SOUZA, 1986, p.21)



1.2)  JUSTIFICATIVA




1.3) BALANÇO HISTORIOGRÁFICO

Utilizarei como bibliografia principal dois livros de Laura de Mello e Souza: "O Diabo e a Terra de Santa Cruz" e o "Inferno Atlântico: demonologia e Colonização séculos XVI-XVIII". Além disso, outra obra importante será: "As Imagens da Colonização: a representação do Índio de Caminha a Vieira" de Ronald Raminelli.

Os livros de Mello e Souza têm em comum uma discussão sobre o imaginário do homem europeu, a relação existente entre imagem e o índio que está implicitamente assimilada ao indígena que ela representa, o europeu traz para o Novo Mundo o seu imaginário agregando-o a cultura ameríndia. O livro "O Diabo e a Terra de Santa Cruz" se refere à América Portuguesa, onde o português impõe a catequização ao índio proporcionando a conversão como única alternativa de não ser mais possuído pelo demônio, livrando-se do pecado original. Os europeus explicavam o "barbarismo" indígena por intermédio da natureza, vendo-os quase como animais. Mas o barbarismo poderia ser obra do demônio, as guerras, o canibalismo, a nudez e certas manifestações que chamaram de feitiçaria resultariam do domínio infernal sobre o continente, só extirpável pela intervenção da cruz ou da espada. O livro Inferno Atlântico: demonologia e colonização séculos XVI-XVII", relata a demonização das novas terras e a função cristianizadora dos lusitanos. Além disso, Mello e Souza discute sobre a feitiçaria no Brasil colonial perseguida desde a Baixa Idade Média, onde essa prática virou verdadeira obsessão da Igreja e dos estados europeus nos séculos XVI e XVII.

Foi o período de "caça as bruxas", estimulado pela vasta  tratadística demonológica então produzida. Entretanto, os portugueses, diferentemente dos espanhóis demonizaram menos o Novo Mundo e não produziram tratadística expressiva sobre o tema. Assim, o sabá diabólico não foi rastreado na América portuguesa. O livro "Imagens da Colonização: a representação do índio de Caminha a Vieira" de Ronald Raminelli está sendo utilizado como fonte de apoio para uma melhor compreensão das fontes primárias. Ele aborda a origem dos indígenas, suas crenças e práticas, a sua vida primitiva comparada aos valores sociais e cristãos europeu. Utilizando as várias cartas jesuíticas do primeiro século, o autor extrai interpretações instigantes e originais, confirmando mais uma vez que, em história a documentação é inesgotável, sempre passível de abordagens diferentes. A análise das representações iconográficas sobre o Novo Mundo constitui um dos pontos altos de seu trabalho é compreender o significado das imagens produzidas pelos europeus a cerca dos índios da América portuguesa no decorrer do século XVI.


1.4) APRESENTAÇÃO  DO PROBLEMA

Quais as representações de Pero Magalhães sobre o índio no século XVI?


2) HIPÓTESE

As representações sobre o índio em Pero Magalhães Gandavo, estão associadas à idéia de bestialidade e selvagerismo. demonstrando uma forma específica de gerar conhecimento que mostra predomínio do olhar sobre o escutar.


3) OBJETIVOS

Geral
Identificar nas fontes primárias de Pero Magalhães Gandavo, a representação dos portugueses em relação ao indígena.

Específico

  • Compreender a catequese como forma de expansão católica.
  • Analisar o progresso da escravidão indígena.
  • Apresentar como se deu o primeiro contato entre europeus e indígenas.

4) INSTRUMENTAL TEÓRICO, MÉTODOS E TÉCNICAS

Representação é o conceito que utilizarei na minha pesquisa de monografia, o propósito será o de compreender as influências do meio e a apropriação trabalhado no livro de Roger Chartier, A beira da Falésia: a história entre incertezas e inquietudes. O conceito de representação passou a fazer parte do vocábulo histórico, a partir da relação entre a história e as demais disciplinas das Ciências sociais. Chartier afirma que o conceito de representação tem, em sua base etimológica, uma duplicidade de significado, cuja aplicação, dera procedimentos teóricos de oposição".

De um lado, a representação manifesta uma ausência, o que supõe uma clara distinção entre o que representa e o que é representado; de outro, a representação é a exibição de uma presença, a apresentação pública de uma coisa ou de uma pessoa. (CHARTIER, 2002, p.76)

Chartier habilita teoricamente, o conceito de representação, como chave para a compreensão de uma dada realidade histórica. Ao superar o caminho inicial de ideais, assentado no conceito de mentalidade, a noção de representação traria três formas de articulação das idéias, valores e sentimentos com a dinâmica do mundo social.


Primeiro, o trabalho de classificação e de recorte que produz as configurações intelectuais múltiplas pelas quais a realidade é contraditoriamente construída pelos diferentes grupos que compõem uma sociedade; em seguida, as práticas que visam a fazer reconhecer uma identidade social, a exibir uma maneira própria de estar no mundo, a significar simbolicamente um estatuto e uma posição; enfim, as formas institucionalizadas e objetivadas graças às quais 'representantes' (instâncias coletivas ou indivíduos singulares) marcam de modo visível e perpetuado a existência do grupo, da comunidade ou da classe. (CHARTIER, 2002, p.73)

O conceito de representação servirá para entender como Pero de Magalhães Gandavo, via os índios no século XVI. Como essa classe, grupo ou sociedade enxergava o aborígena.


[...] A relação de representação é assim turvada pela fragilidade da imaginação, que faz com que se torne o engodo pela verdade, que considera os sinais visíveis como indícios seguros de uma realidade que não existe [...]. (CHARTIER, 2002, p.75)

Segundo Chartier, toda a representação só se consubstancia numa prática que, por sua vez, produz uma forma de apropriação, sendo a história cultural o estudo dos processos com os quais se constrói o sentido. A apropriação tem como objetivo auxiliar a história das interpretações, mostrando que o leitor ou observador de uma imagem ou ouvinte de um discurso, não se mantém imparcial, ele absorve as informações que o conduzem a uma interpretação de si mesmo ou do próprio mundo.

[...] "A apropriação tal como entendemos visa uma história social dos usos e das interpretações, relacionados às suas determinações fundamentais e inscritos nas práticas especificas que os produzem. [...] nem as inteligências nem as idéias são desencarnadas e, contra os pensamentos do universal, que as categorias dadas como invariantes, quer sejam filosóficas ou fenomenológicas, devem ser construídas na descontinuidade das trajetórias históricas." (CHARTIER, 2002, p.68)

Para investigação das fontes primárias utilizarei a análise semântica como metodologia. Funcionará como auxílio na decifração da fonte, no "resgate" do discurso.

Como Gandavo via o índio no século XVI? Através dessa problemática buscarei compreender essa visão por meio das relações entre palavras exprimidas no documento, investigando a oposição, associação e identidade como "chave para a desconstrução do discurso".


5) NATUREZA DAS FONTES


Pero Magalhães Gandavo escreveu o "Tratado da Terra do Brasil e a História da Província de Santa Cruz no século XVI, antes de 1573. A obra foi publicada em Lisboa em 1576, na nossa terra a sua entrada deve ter coincidido com o governo de Men de Sá (1558-1573)".


A História da Província de Santa Cruz é considerada a primeira história do Brasil, apesar de restrita à descrição dos recursos econômicos, plantas e animais da nova terra.


Gandavo é natural de Braga e era descendente de flamengos, com o nome indica: Gantois era denominação para os moradores de Gand. Em seus livros, demonstra percepção geográfica ao descrever as árvores, os peixes e os animais, ressalta as belezas do céu e o bom clima aqui presente, com sua descrição promoveu incentivo a imigração para o Novo Mundo. Da história revela que a terra foi concedida por Deus, dessa forma os lusitanos poderiam usufruir as riquezas e propagar a fé católica.




6) PLANO PROVISÓRIO


Introdução:


Capítulo I: O Paraíso e o Inferno


Capítulo II: A Visão Lusitana
Análise da documentação primária, de Pero de Magalhães Gandavo.


Conclusão:




7) CRONOGRAMA



  • Descrição das etapas:
      1. Leitura e fichamento das fontes primárias;
      2. Confecção do trabalho;
      3. Revisão do texto final;
      4. Confecção do trabalho final.

  • Calendário



Etapas
Janeiro
Fevereiro
Março
Abril
Maio
1
X
X



2
X
X
X
X

3
X
X
X
X

4



X
X



REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

domingo, 22 de janeiro de 2012

AS CRUZADAS


papa Urbano II

Na Baixa Idade Média, ocorre o momento de transição entre o fim do feudalismo e o sistema mercantilista que prenuncia o sistema capitalista. Momento de grandes transformações, momento em que a nobreza lentamente perde autoridade, poderes econômicos e que os reis ganham autoridade e uma nova classe surge para dominar cenas econômicas da Europa (burguesia). A Baixa Idade Média é também momento de crises, de guerras e também de transformações.
O ponto inicial da Idade Média são as cruzadas, elas duram mais de 170 anos opõe o mundo cristão ao mundo islâmico. As cruzadas começam com a convocação do papa Urbano II de todas os cristãos europeus a guerra contra os infiéis, essa convocação é feita em dezembro de 1095. Depois do Concílio de Ciermont no ano de 1095, os soldados partem para a primeira cruzada no ano de 1096 atingindo a cidade de Jerusalém em 1098; a primeira cruzada devastou Jerusalém matando mais de 40 mil pessoas, os barões comandantes das frotas cristãs perderam o controle sobre seus soldados que enxergavam judeus e muçulmanos indistintamente como inimigos da fé do cristianismo, por isso, sinagogas e mesquitas foram destruídas e incendiadas. Os cristão europeus viviam sua fase mais fanática e matavam em nome de Deus. Com essa primeira expedição se inicia ao longo, o movimento cruzadista. Os motivos que levaram a Igreja Católica a bancar essa guerra tão violenta são vários.
A exemplo, temos a libertação da terra santa e a permissão da peregrinação cristã a essa região. Outro motivo, era defender as fronteiras do Império Bizantino que estavam sendo assediados pelos turcos, a defesa das fronteiras do Império Bizantino era fundamental, Urbano II convoca os cristãos a luta depois que o imperador bizantino Aleixo I pede a Urbano que o faça, naquela época a igreja ainda demorou um pouco a tender o pedido dos bizantinos, o império era cristão, não era católico romano. Desde 1054 d.c no episódio que chamamos de o "grande Cisma do Oriente", o Império Bizantino professava o catolicismo ortodoxo grego, isso dificultava um pouco as relações entre o Império Bizantino e a Igreja Católica, porém a igreja entendia que se o império caísse nas mãos dos turcos Seljúcidas o leste europeu se tornaria vulnerável ao ataque islâmico pondo em perigo toda a Europa cristã.
Outros dois motivos importantes para o início das cruzadas, foram os sociais.
A fome que se espalhava pela Europa devido ao crescimento populacional, a igreja precisava dar uma resposta a isso, inicialmente foi reduzir à população e uma grande guerra contra o mundo islâmico poderia auxiliar nesse alívio populacional na Europa. Muitas cruzadas foram realizadas com o intuito exclusivo de reduzir a população européia; também podemos dizer que outro motivo social para as cruzadas foi a necessidade de canalizar a violência dos nobres europeus para fora da Europa, naquele tempo somente os filhos mais velho herdava as terras do pai, o senhor feudal. Os outros filhos ou iam para a igreja ou se tornavam cavaleiros andantes, em tempos de guerra os nobres cavaleiros defendiam os castelos e os senhores feudais, eram muito úteis. Mas em tempos de paz esses nobres cavaleiros eram estorvos para a Europa, faziam duelos, arruaças e badernas que não podiam ser aceitas no continente europeu. As cruzadas foram uma maneira de canalizar a violência desses. O tempo das cruzadas é um tempo de paz na Europa, onde os cavaleiros deixam o continente rumo as terras orientais. As cruzadas representam mais de 17 décadas de guerra, nesse período houve várias cruzadas, as primeiras foram as mais violentas. Os cristãos estavam fanáticos, a partir da terceira, a chamada dos Reis, começa a haver um maior entendimento entre os cristãos e islâmicos e a guerra se torna um pouco  mais civilizada evitando ataques as civilizações civis. A quarta cruzada também é muito importante, porque ela foi financiada pelos mercadores de Veneza e a função dessa foi abrir o Mar Mediterrâneo a navegação dos navios cristãos e afastar os islâmicos da navegação do Mar.  Essa cruzada permitiu a Europa um desenvolvimento comercial que desde os tempos da Alta Idade Média a Europa não assisti. Temos a cruzada das crianças que é lendária, naquela época surge a pregação de que os cristãos perdiam muitas batalhas, isso porque quem ia para a guerra era os adultos e os mesmos tinham pecados, então se as crianças fossem a guerra, elas venceriam porque Deus os abençoaria por causa de sua inoscência, foi um desastre, mais de 50 mil crianças acabam morrendo ou sendo escravizadas logo após o desembarque na cidade egípcia de Alexandria.

Consequências das Cruzadas - XIII

Cavaleiros


A alteração dos padrões de consumo europeu, eles se apegam aos produtos orientais, o consumo do europeu na Alta Idade Média era muito rústico, simples, a exemplo disso, o europeu salgava a carne com suor de cavalo, eles ainda não conheciam os temperos orientais, ainda usavam roupas de lã que pinicavam o corpo, com as cruzadas os europeus vão conhecer a noz moscada, o cravo, a canela, o gengibre, a seda, etc. Essa iguaria vai se popularizar na Europa, chegando a ser dote das princesas. Com esses novos hábitos de consumo, os europeus começam a fazer comércio, muitas vezes vão saquear cidades orientais e com os produtos montavam feiras e por causa desses produtos saqueados para a Europa surgem as chamadas Rotas Comerciais que no início eram rotas exclusivamente para contrabandos dos saques feitos contra as cidades do Oriente Médio isso vai fazer com que o comércio ressurja, além da alteração dos padrões de consumo as cruzadas também originam a reativação do comércio na Europa.
Os europeus observavam a maneira que os islâmicos faziam a agricultura e se impressionavam com as plantações no deserto e a quantidade e qualidade dos produtos. Então, as cruzadas permitiram aos europeus imitar algumas tecnologias do mundo islâmico e aplicar essas novidades na agricultura européia, de forma que nós vamos ter uma dinamização na produção agrícola européia a partir das guerras.
As cruzadas inaugura um novo rumo ocidental.

A QUEDA DO IMPÉRIO ROMANO


Cidade de Roma


Roma era muito grande e manter o império com fronteiras na Europa, Ásia e África era missão muito difícil; acontece que Roma atingiu seu apogeu na terceira dinastia imperial ainda no alto império, foi Antonino Pio imperador, o responsável pela máxima extensão territorial romana, depois dele nenhum outro avançou. Cabia aos romanos manter a imensidão das fronteira que tinham conquistados nos anos anteriores e essa manutenção das fronteiras que não davam para fazer. Três continentes, mais de um milhão de soldados, uma dificuldade imensa de sustentar essas tropas; enquanto Roma conquistava era fácil manter os soldados, as legiões saqueavam e conquistavam territórios e usavam dinheiro e bens saqueados para conquistar outro povo, porém agora não há mais o que saquear. Para manter os soldados, era preciso pegar dos cofres públicos e quem mantinha esses cofres era os cidadãos romanos através do pagamento dos seus impostos, para compensar o escoamento de verba dos cofres públicos, Roma aumenta o valor da tributação, esse é o primeiro problema para a queda de Roma. Os romanos sofrem um déficit público, ou seja, há um gasto maior do que a arrecadação pública, assim o Estado se endivida. Esse é o primeiro motivo da crise.
Para tentar administrar essa imensidão imperial, primeiro os romanos dividem o império em quatro partes, a chamada tetrarquia, só que ela não funcionou, com o tempo por volta de 390 da era cristã, o imperador Teodósio resolve dividir o império em duas partes é quando morre e deixa cada uma dessas partes para um de seus dois filhos, Flávio Teodósio que divide Roma em Ocidental, com capital na cidade de Roma e Roma Oriental com capital na cidade de Constantinopla, que depois foi chamada de Bizâncio e hoje é Istambul na Turquia.
A Roma Oriental, continuou bem, o oriente vai resistir até o fim da Idade Média, o Império Romano Oriental, chamado de Império Bizantino só vai cair em 1453. Contudo, a Roma Ocidental cai logo depois da divisão em 476 d.c.
Outro motivo para a queda de Roma foi a crise escravista, o modo de produção escravista exige um aumento constante do número de escravos na linha de produção, acontece que o imperador Caracala que é o segundo imperador da Dinastia Severa, baixa um decreto chamado Edito de Cidade, por esse decreto Caracala elevava os habitantes de todas as províncias imperiais romana a categoria de cidadãos, ele queria aumentar sua popularidade. Os habitantes das províncias distantes eram considerados provincianos e não cidadãos, porém ao longo prazo, esse decreto prejudica os romanos, porque como agora todos os habitantes é cidadão a lei não permitia  escravização de cidadãos. Roma não tem mais para onde crescer, se não há mais territórios a ser conquistados, o Império não tem como fazer novos escravos, a única opção para ter escravos era escravizar os habitantes das províncias, só que Caracala passa a considerar esses habitantes cidadãos do império, com isso não podem ser escravizados, vamos ter assim uma nova crise escravista.
Outro motivo para a crise imperial é próprio cristianismo, o cristão era pacifista e Roma vivia da guerra, a crença cristã é contrária aos ataques que Roma fazia, muitos cristãos se recusavam a servir as legiões, muitos preferiam morrer a se apresentar ao exército, porém o pior não foi isso, ao crescer, o cristianismo aumentava o número de pessoas que se recusavam a reconhecer a divindade do imperador, a veneração ao imperador, essa ação era parte do controle estatal romano sobre o povo. Como os cristãos são monoteístas e se recusavam a prestar cultos ao imperador, os cristãos se tornam inimigos do governo, eles começam a ser perseguidos, porém essa perseguição não surtirá o efeito desejado por Roma, quanto mais perseguidos, mais cresciam, o cristianismo ameaçava a estabilidade política do Império Romano, serão perseguidos não por seu caráter religioso e sim por serem considerados maus exemplos, perigosos a estabilidade do império, do poder Romano.
O último motivo para a queda de Roma são as invasões bárbaras, inicialmente os bárbaros invadem Roma de maneira pacífica em busca de melhores condições de sobrevivência. Com o passar do tempo esse povo começa a saquear as cidades romanas, vão sentindo-se inseguros, isso gera um processo que denominamos de ruralização do Império Romano. Como as cidades eram vítimas de saques constantes, as pessoas ricas começam a abandonar as cidades e vão morar no campo, com mais um tempo em meio a essa turbulência sócio territorial, os pobres seguem os ricos, irão trabalhar nas fazendas desses cidadãos de posses, terão que produzir e entregar parte da produção para os senhores fazendeiros. Inicia-se então, um novo sistema de produção, o Colonato e que dá origem ao trabalho servil e ao Modo de Produção Feudal. As invasões  bárbaras a partir do século V se tornam muito violentas.
Em 476 d.c, Odoacro rei da tribo germânica dos Hérulos acompanhado de 1/2 milhão de Heros invade a Itália, depõe o último imperador romano, inda garoto com 14 anos quando torna-se imperador, César Augusto põe fim a civilização romana.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

IMPÉRIO CAROLÍNGIO


Bárbaros

Depois da queda do Império Romano Ocidental, muitos reinos se formaram na Europa, eram chamados reinos bárbaros, eles não foram muitos fortes, caíram rapidamente, somente um dos reinos bárbaros durou por muito tempo: o Reino dos Francos, os saxões, os ostrogodos, os visigodos e os alabanos. Os anglos não conseguiram perdurar, somente os francos tiveram algum sucesso durante a Idade Média. 
Na Alta Idade Média, se formou na Europa um reino denominado reino dos francos, que logo se transformaria no Império Carolíngio. Esse império, foi a tentativa de resgatar o velho Império Romano Ocidental, na verdade o Império Carolíngio chegou a ser chamado de Novo Império Romano do Ocidente.

Como Surgiu o Império Carolíngio?

No século V, um grande general chamado Meroveu, comandando os francos, enfrentou e derrotou os Hunos numa grande batalha denominada de "Batalha dos Campos Catalúnicos". Meroveu ganha muito prestígio por causa disso, com o passar do tempo um dos descendentes de Meroveu chamado Clóvis unifica as tribos dos francos, se converte ao cristianismo e inaugura o reino dos francos, era chamada Dinastia Merovíngia em homenagem a Meroveu. Ao se converter ao cristianismo Clóvis cria uma identidade para os franceses, não foi fácil converter os francos. Eles acreditavam em divindades femininas, o cristianismo trazia divindades masculina, é nessa época que a Igreja Católica cria o culto mariano que é a veneração pela mãe de Cristo, era uma forma de tornar a religião cristã mais acessível aos francos. Clóvis protegia a Igreja , em troca a Igreja dava a ele a identidade que precisava para manter os francos unidos.
Com a morte de Clóvis, seus quatro filhos brigaram e dividiram o reino dos francos em quatro partes. Foi apenas no século VII que um descendente de Clóvis chamado Dagoberto, conseguiu reunificar o reino dos francos, os descendentes de Dagoberto, foram chamados de reis indolentes, porque não se preocupavam com o governo, viviam de festas, de gastanças utilizam os recursos públicos em coisas inúteis, não se preocupavam com a política do reino dos francos. Durante esse reinado, quem governou foi os mordomos, eles toma conta da política dos francos, um desses mordomos se destaca é Carlos Martel, em seu tempo no século VIII, os árabes tentam invadir a Europa através da Espanha, Martel comanda as tropas dos francos impedindo a entrada dos árabes na Europa. A batalha que impede os árabes de invadir o continente europeu é a chamada de Batalha de Poitiers, através desta , Martel torna-se muito poderoso, passa a mandar no reino franco. A crise do reino indolente se aprofunda com sua morte, assim torna-se mordomo o filho dele: "Pepino", ele dá um golpe no rei Childerico III, destrona esse rei se alto proclama o rei dos francos, sai em defesa do papa e por defende-lo contra os povos lombardos acaba sendo reconhecido pelo para Zacarias como rei dos francos.
Pepino inicia a Dinastia carolíngia que é a Dinastia do Explendor do Império, ele governa por pouco tempo, por isso o nome "Pepino o Breve". Assume o trono, o filho dele: Carlos Magno, ele efetua várias conquistas, expande o reino dos francos rumo ao leste, ele domina uma vasta região que chegava até a Polônia, assim o reino dos francos passa a ocupar a maior parte da Europa, da França a Polônia, tudo era dominado pelo rei Carlos Magno. Em sinal de reconhecimento a Igreja, Carlos Magno vai a Roma e pede ao Papa que o coroe imperador, o papa Leão III aceita a idéia, ele queria um governante forte o suficiente para proteger a Igreja. A coroação de Carlos Magno como imperador do novo Império Romano do Ocidente se dá no dia 25/12/800 em homenagem a essa coroação o natal é comemorado nesse dia. Carlos governa por 46 anos, governa de 768 a 814. para manter controle sobre todo o território, Carlos Magno nomeia governantes para o interior do Império carolíngio, esses governantes eram chamados de condes, a função desses era aplicar as leis de Carlos Magno que eram escritas, o imperador juntou todas as regras do direito costumeiro o que denominamos de "Direito Consuetudinário", que vem pela tradição, essas leis passam a se chamar "Leis Capitulares", simultaneamente, Carlos Magno coloca para governar as fronteiras do Império fazendeiros que ele os chamava de Marqueses, as regiões das fronteiras eles chamavam de marcas, os marquese além de defenderem as fronteiras, tinham que aplicar as capitulares. Para vigiar os condes e os marqueses Carlos cria um cargo Missi dominici era os olhos e ouvidos do rei, esses ficavam viajando por todo o Império, colhendo informações, fiscalizando para ver se alguém desobedecendo o imperador. Aos que se destacavam nas batalhas, ele doava terras, o ato de doar se chamava "Beneficium"  e a terra recebida pelo guerreiro era chamada "Dominium", ai está a origem dos senhores feudais, esses guerreiros que se destacavam nas batalhas e ganhavam terras do imperador passam a ser conhecidos como os vassalos do rei, eles são os nobres do império carolíngio.
Carlos Magno morreu totalmente analfabeto, porém durante seu reinado houve um episódio conhecido como Renascimento Carolíngio, foi a valorização da cultura, criação de centros de estudos, foi a divulgação das artes e também o incentivo a reprodução de obras clássicas. Com sua morte assume o trono seu filho "Luís o Piedoso", ele deixava o governo muito solto, ele morre sem nomear nenhum dos seus três filhos herdeiros, assim os três filhos de Luís começam a disputar o trono. O primeiro filho era Carlos, conhecido o "Calvo", o segundo Lotário e o terceiro Luís o germânico. Eles guerreiam até que assinam o "tratado de Verdum", esse tratado foi prejudicial para o império, dividiu o império em três partes, com essa divisão o império se enfraquece, começa a sofrer ataques, ocorrem no século X, vão destruir o Império Carolíngio. Pelo norte o império será atacado pelos Vikings, pelo sul será pelos árabes e pelo leste será atacado pelos húngaros, também conhecidos como magiares, assim o império entra em declínio no século X e desaparece da Europa ainda na Alta Idade Média.

Carlos Magno