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Alessandra Guilhermino

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

E.E.E. FM FRANCISCO NASCIMENTO (8ª Série)

FATORES DA PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL


A competição entre as nações em busca de mercados e capitais foi um dos fatores responsáveis pelo fim da paz e da estabilidade da Belle Époque. Entre os fatores da guerra, destacamos os conflitos imperialistas, a política de alianças e a corrida armamentista.

• Conflitos imperialistas: A Grã-Bretanha foi perdendo a supremacia econômica mundial para o rápido crescimento industrial da Alemanha, o que originou uma intensa rivalidade anglo-germânica. A França, por sua vez, nutria um sentimento de revanche por ter perdido as riscas regiões da Alsácia e da Lorena para a Alemanha, na Guerra Franco – Prussiana de 1870. As disputas entre os três países por colônias na África também geraram fortes tensões.

• Políticas de alianças: Por meio de acordos econômicos, políticos e militares, dois blocos opostos foram criados: a Tríplice Aliança, formada por Alemanha, Áustria-Hungria e Itália, também conhecidas como Impérios Centrais; e a Tríplice Entente, por Rússia, França e Grã-Bretanha. Esse sistema de blocos tornou-se uma bomba relógio quando as tensões entre os países tornaram-se incontornáveis.

• Corrida armamentista: Os anos anteriores à eclosão da guerra em 1914 receberam o nome de Paz Armada porque a indústria bélica aumentou consideravelmente os seus recursos, produzindo novas tecnologias para a guerra. Além disso, quase todas as nações européias adotaram o serviço militar obrigatório, incentivando assim o sentimento nacionalista e militarista.

O traço mais importante da guerra foi a sua universalidade, pois ela envolveu países de todos os continentes, que se enfrentaram por objetivos também globais.

Outra característica dessa guerra foi o seu alto poder de destruição, resultado das novas armas tecnológicas, como o avião, o submarino e o canhão de longo alcance. Com esses inventos, a guerra não matava apenas os soldados, mas a população civil, vítima dos bombardeios aéreos ou submarinos. Milhares de civis morreram também de fome, porque uma das táticas utilizadas pelo inimigo era bloquear os suprimentos que garantiam a sobrevivência da população.



A FAÍSCA NO BARRIL DE PÓLVORA

O motivo imediato que levou à Primeira Guerra Mundial foi ás crises nacionais na Península Balcânica. A região era um foco de tensões por que envolvia interesses de três impérios: o Turco-Otomano, o Russo e o Austro Húngaro.

[...] A Áustria, desrespeitando a soberania Sérvia, exigiu que a apuração do atentado fosse feita por agentes austríacos. Em seguida, a Alemanha, líder da Tríplice Aliança, desencadeou um conflito com a Tríplice Entente ao oferecer apoio total à Áustria.

O estopim deste conflito foi o assassinato de Francisco Ferdinando, príncipe do império austro-húngaro, durante sua visita a Saravejo (Bósnia-Herzegovina). As investigações levaram ao criminoso, um jovem integrante de um grupo Sérvio chamado mão-negra, contrário a influência da Áustria-Hungria na região dos Bálcãs. O império austro-húngaro não aceitou as medidas tomadas pela Sérvia com relação ao crime e, no dia 28 de julho de 1914, declarou guerra a Servia.

Os países europeus começaram a fazer alianças políticas e militares desde o final do século XIX. Durante o conflito mundial estas alianças permaneceram. De um lado havia a Tríplice Aliança formada em 1882 por Itália, Império Austro-Húngaro e Alemanha (a Itália passou para a outra aliança em 1915). Do outro lado a Tríplice Entente, formada em 1907, com a participação de França, Rússia e Reino Unido. O Brasil também participou, enviando para os campos de batalha enfermeiros e medicamentos para ajudar os países da Tríplice Entente.
DESENVOLVIMENTO
As batalhas desenvolveram-se principalmente em trincheiras. Os soldados ficavam, muitas vezes, centenas de dias entrincheirados, lutando pela conquista de pequenos pedaços de território. A fome e as doenças também eram os inimigos destes guerreiros. Nos combates também houve a utilização de novas tecnologias bélicas como, por exemplo, tanques de guerra e aviões. Enquanto os homens lutavam nas trincheiras, as mulheres trabalhavam nas indústrias bélicas como empregadas.

A PARTILHA DA ÁFRICA E DA ÁSIA


O desenvolvimento do capitalismo, ocorrido na Europa na segunda metade do século XIX, criou a necessidade de buscar novos mercados de investi-mentos para o capital excedente gerado na Europa, garantindo o escoamento da gigantesca produção industrial e o forne-cimento de matéria-prima.

Existiam, ainda, outros fatores que tornavam a política colonialista atraente para os governos europeus: a possibili-dade de transferir colonos para as regiões conquistadas, resolvendo o problema de superpopulação na Europa. Além disso, a mão-de-obra barata das colônias interessava aos investidores, pois a classe trabalhadora européia, organizada em poderosos sindicatos e partidos políticos, tinha conseguido garantir bons salários e melhores condições de trabalho.

A propaganda em favor do imperialismo, vital para o desenvolvimento do capitalismo, baseava-se em teorias pseu-docientíficas. Essas teorias, em geral, estabeleciam uma hierarquia entre os diferentes povos, classificados como “mais” ou “menos” civilizados. O primeiro lugar, naturalmente, cabia à socie-dade européia, modelo para o resto do mundo. Assim, a dominação de outros povos seria uma contribuição para o progresso da humanidade.


A PARTILHA
A França foi um dos primeiros países a conquistar colônias na África. Em 1830, a Argélia foi ocupada com o auxilio da legião estrangeira, corpo expedicionário criado pelo governo francês e composto por criminosos, desertares, imigrados políticos e aventureiros. Em 1844, o Marrocos foi parcialmente subme-tido ao controle francês e, em 1854, foi a vez do Senegal. Partin-do desses pontos, a França avan-çou para o interior do continente, conquistando a Guiné, o Gabão, uma parte dos territórios do Congo e do Sudão. Em 1910, esses territórios formavam a África Ocidental Francesa.

Na mesma época, Madagascar e a Tunísia foram incorporados ao império colonial francês, apesar da disputa com a Itália pela Tunísia.

O projeto colonial inglês, definido na expressão “do Cairo ao Cabo”, era unificar numa única colônia todos os territórios compreendidos entre a colônia do Cabo (Sul da África) e o Egito (Norte da África).

A construção do canal de Suez impulsionou a Inglaterra em dire-ção ao Egito, apesar da presença francesa na região.

A colonização inglesa no Sul do continente africano foi iniciada por Cecil Rodhes, que explorava as reservas de ouro e diamantes encontradas nessa região. Em 1888, a companhia dirigida por Cecil Rodhes iniciou a conquista da Rodésia.

Entre 1888 e 1891, o Quênia, a Somália e Uganda foram incorporados ao império britânico. Em 1899, os ingleses tornaram o Sudão da França e o Transvaal dos bôeres, população de origem holandesa que lá estava desde o século XVIII.

Mas as pretensões coloniais ingle-sas esbarraram em um empecilho – a Alemanha, que reclamava para si o território de Zanzibar. Além dessa colônia, a Alemanha havia conquistado, entre 1884 e 1885, os territórios de Camarões, Togo e Namíbia (Sudoeste africano).

Não podemos esquecer Portugal, que havia muito tempo tinha colo-nizado a costa de Angola e Moçambique, Guiné-Bissau e as ilhas de Cabo Verde.

A região central do continente africano era disputada por vários países europeus. Para decidir a questão, foi organizado um con-gresso internacional em Berlim. Foi a denominada Conferência de Berlim (1884-1885).

O congresso reconheceu a soberania belga sobre o Congo, garantindo liberdade de comércio para todos os países presentes no congresso. A ocupação desse território foi uma das mais sangrentas da história do colonia-lismo europeu. A população local foi escravizada, milhares de pessoas morreram de fome, pelos trabalhos forçados, pelas doenças trazidas pelos brancos e pelos massacres coletivos promovidos contra as aldeias que se rebelavam.


O RESULTADO DA COLONIZAÇÃO


No final do século XIX, praticamente todo o mundo estava dividido e dominado pelas potências imperialistas da Europa Ocidental. Em geral, os povos conquistados eram sociedades praticamente auto-suficientes, com uma produção capaz de suprir suas necessidades.

A penetração do capitalismo nessas regiões quebrou esse equilíbrio. As colônias tinham, para os conquistadores, funções econômicas específicas: suprir a metrópole das matérias-primas necessárias e absorver grande parte do capital excedente da metrópole. Para atender à primeira função, os nativos tiveram que sacrificar suas plantações de subsistência e passar a trabalhar nas plantações de produtos que interessavam à metrópole como matéria-prima. Em segundo lugar, toda a economia dos países colonizados foi reestruturada em função das novas necessidades criadas pelos investimentos nas atividades de exportação: ferrovias foram construídas, ligando o interior a portos, sem respeitar as necessidades de integração regional de cada continente.

Mas não foi só na Ásia e na África que o neocolonialismo aconteceu. As potências imperialistas disputavam também o mercado que os países independentes da América Latina ofereciam.





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