IMAGINÁRIO EUROPEU
Alessandra Guilhermino
RESUMO
O imaginário europeu, trabalha o conceito de apropriação e representação de Roger Chartier.
PALAVRAS -CHAVE: Representação, apropriação e imaginário
O pioneirismo português
trouxe a produção romântica literária, recheados de um imaginário lido nas
páginas de um diário de um poeta, escritor, dramaturgo, mercador e explorador
de novas terras, Marcos Polo. A Ilha de Santa Cruz, região rica em flora e fauna,
recebe "visitante" que trazem consigo um olhar sobre o
"outro".
É importante salientar,
que o principal anseio português foi à conquista de riqueza pelo ouro e a
expansão da fé católica, afinal os cofres públicos da nobreza real lusitana, já
não estavam mais tão abastecidos como outrora. Firmes nesse propósito
analisaram o território americano, nome dado em homenagem a Américo Vespúcio,
desbravador do território continental - América. O olhar de Portugal sobre os
primeiros povos aqui encontrados foi de espanto e vergonha. Acostumados a ouvir
e ler páginas escritas por curiosos viajantes que acompanhavam as naus em busca
de novos territórios, em que seres possuíam verdadeiras anomalias em seus
corpos, cujos membros do seu corpo encontravam-se fora de ordem. Ex: olhos e
bocas não estavam centralizados como se acostumara ver em si. Ao perceberem que
as pessoas possuíam características corporais iguais, tendo diferença
na cor e cultura, o impacto se resume as práticas, hábitos e fé. Diziam,
falta-lhes liderança, fé e lei.
Contudo, o ano de 1500,
não passou de análise e exame laboratorial, os lusitanos aqui deixaram
degradados, ou seja, condenados pela justiça lusa, para que os mesmo pudessem
aprender a língua aborígena, conhecer seus hábitos, suas práticas, sua cultura
bestial.
Por volta de 1530, aqui
retornam, dá-se início a exploração colonial, a Terra de Santa Cruz, adquire um
novo codinome, Brasil, nome adquirido, devido à extração rentável da madeira
Paul-brasil. Assim, o ameríndio inicia um processo de apropriação do meio,
cultura eurocêntrica. Ela adentra sua região devastando sua vivência tranqüila
e pacata, a desaculturação apontada pelos lusos, será verdadeira no momento que
suas práticas mercantilistas tomarem o espaço até então comunitário.
Entretanto, a idéia principal desse texto é mostrar a representação lusitana
frente ao índio no século XVI.
Os indígenas foram vistos
pelos portugueses, como seres bestiais, desaculturados, sem lei, sem fé. Imagem
criada, pelo escrito e pela apropriação do que os olhos viam, comparando-as com
sua cultura ocidental, a Europa, berço
da civilização. As atividades sexuais exposta com naturalidade, sem culpa, os
corpos nus e desprovidos de vergonha, deixou os portugueses maravilhados e
apreensivos pela necessidade de abrir os olhos indígenas sobre o pecado que os
acometia. O ato beber e fumar compulsivamente, a não necessidade de acumular riquezas,
a divisão do trabalho entre homens e mulheres demonstram sua organização
social, fato negado pelos lusitanos.
O ameríndio é visto pelos
lusitanos como seres humanos possuídos e movimentados pelos demônios advindos
da Europa, não tendo para onde ir, o diabo se instala na América. Portanto, o
comportamento desaculturado, imoral, desprovido de respeito e vergonha, é
justificado por essa ação sobrenatural inerente ao seu querer. Assim, a única
forma de contribuir para que os aborígenas tivessem outra oportunidade de se
regenerar, era a catequização. Esta permitiria a salvação dessas almas
possessas e perdidas até então.
Essa visão eurocêntrica
trouxe males às aldeias litorâneas, perseguidas e excitadas a guerrear entre
si, ocorreu um verdadeiro genocídio indígena. Os lusitanos enfraqueceram o
grupo americano Aos que restaram perdurou por algum tempo a escravização. Labor
árduo, frenético, porém, a libertação não estava a se concluir. Os aborígenas
teriam longos séculos no trajeto da conquista do que sempre foi seu.
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