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Alessandra Guilhermino

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012

ARTIGO

IMAGINÁRIO EUROPEU

Alessandra Guilhermino

RESUMO

O imaginário europeu, trabalha o conceito de apropriação e representação de  Roger Chartier.

PALAVRAS -CHAVE: Representação, apropriação e imaginário


O pioneirismo português trouxe a produção romântica literária, recheados de um imaginário lido nas páginas de um diário de um poeta, escritor, dramaturgo, mercador e explorador de novas terras, Marcos Polo. A Ilha de Santa Cruz, região rica em flora e fauna, recebe "visitante" que trazem consigo um olhar sobre o "outro". 

É importante salientar, que o principal anseio português foi à conquista de riqueza pelo ouro e a expansão da fé católica, afinal os cofres públicos da nobreza real lusitana, já não estavam mais tão abastecidos como outrora. Firmes nesse propósito analisaram o território americano, nome dado em homenagem a Américo Vespúcio, desbravador do território continental - América. O olhar de Portugal sobre os primeiros povos aqui encontrados foi de espanto e vergonha. Acostumados a ouvir e ler páginas escritas por curiosos viajantes que acompanhavam as naus em busca de novos territórios, em que seres possuíam verdadeiras anomalias em seus corpos, cujos membros do seu corpo encontravam-se fora de ordem. Ex: olhos e bocas não estavam centralizados como se acostumara ver em si. Ao perceberem que as pessoas possuíam características corporais iguais, tendo diferença na cor e cultura, o impacto se resume as práticas, hábitos e fé. Diziam, falta-lhes liderança, fé e lei. 

Contudo, o ano de 1500, não passou de análise e exame laboratorial, os lusitanos aqui deixaram degradados, ou seja, condenados pela justiça lusa, para que os mesmo pudessem aprender a língua aborígena, conhecer seus hábitos, suas práticas, sua cultura bestial.

Por volta de 1530, aqui retornam, dá-se início a exploração colonial, a Terra de Santa Cruz, adquire um novo codinome, Brasil, nome adquirido, devido à extração rentável da madeira Paul-brasil. Assim, o ameríndio inicia um processo de apropriação do meio, cultura eurocêntrica. Ela adentra sua região devastando sua vivência tranqüila e pacata, a desaculturação apontada pelos lusos, será verdadeira no momento que suas práticas mercantilistas tomarem o espaço até então comunitário. Entretanto, a idéia principal desse texto é mostrar a representação lusitana frente ao índio no século XVI.

Os indígenas foram vistos pelos portugueses, como seres bestiais, desaculturados, sem lei, sem fé. Imagem criada, pelo escrito e pela apropriação do que os olhos viam, comparando-as com sua cultura ocidental,  a Europa, berço da civilização. As atividades sexuais exposta com naturalidade, sem culpa, os corpos nus e desprovidos de vergonha, deixou os portugueses maravilhados e apreensivos pela necessidade de abrir os olhos indígenas sobre o pecado que os acometia. O ato beber e fumar compulsivamente, a não necessidade de acumular riquezas, a divisão do trabalho entre homens e mulheres demonstram sua organização social, fato negado pelos lusitanos.

O ameríndio é visto pelos lusitanos como seres humanos possuídos e movimentados pelos demônios advindos da Europa, não tendo para onde ir, o diabo se instala na América. Portanto, o comportamento desaculturado, imoral, desprovido de respeito e vergonha, é justificado por essa ação sobrenatural inerente ao seu querer. Assim, a única forma de contribuir para que os aborígenas tivessem outra oportunidade de se regenerar, era a catequização. Esta permitiria a salvação dessas almas possessas e perdidas até então.

Essa visão eurocêntrica trouxe males às aldeias litorâneas, perseguidas e excitadas a guerrear entre si, ocorreu um verdadeiro genocídio indígena. Os lusitanos enfraqueceram o grupo americano Aos que restaram perdurou por algum tempo a escravização. Labor árduo, frenético, porém, a libertação não estava a se concluir. Os aborígenas teriam longos séculos no trajeto da conquista do que sempre foi seu.







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